TODO PODEROSO MAZEMBE






Do Le Monde: Mazembe é o orgulho do futebol africano


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Artigo publicado no Le Monde no dia 16.12.10
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Tradução: Xico Malta
Presidente, governador e bilionário. Uma política esportiva inteligente e uma dica de sucesso: Eis a receita que permitiu o clube congolês o Todo Poderoso Mazembe Lubumbashi de ser o primeiro clube africano a disputar a final do Mundial de clubes no sábado contra a Inter de Milão.
Se pela primeira vez não haverá uma final entre Europa e America do Sul, o responsável por isso é o senhor Moise Katumbi Chapwe, presidente do TP Mazembe (os corvos, em Kiswahili). Se fomos procurar uma analogia com algum dirigente dos grandes clubes da Europa, Katumbi seria uma espécie de Silvio Berlusconi (porém menos diabólico), primeiro Ministro da Itália e proprietário do Milan.
Filho de um judeu sefardita que fugiu da Europa nazista e de uma congolesa. Katumbi fez fortuna na pesca, nos transportes e depois nas minas de cobre e cobalto do Katanga, antes de ser triunfalmente eleito governador desta província da Republica Democrática do Congo, em 2007.
Ele investiu consideravelmente no TP Mazembe, o qual ele preside desde o fim dos anos 1990, prometendo desde o início conquistar o troféu da Liga dos Campeões da África.
Conquistou dois (2009 e 2010), trazendo de volta o brilho aos alvinegros, campeões da Copa Africana em 1967 e 1968. Ele está prestes a passar por uma extraordinária proeza: Se tornar campeão mundial de clubes!
O sucesso do TP Mazembe se deve a uma politica muito bem dosada. Katumbi conseguiu segurar alguns bons jogadores que poderiam muito bem estar em algum time da primeira divisão de um campeonato europeu. Ele paga os melhores salários da África (16.000 euros por mes, mais alguns bónus generosos), depositando-os em dia, o que não é bem comum no futebol africano.
A chegada na final em Abu Dabi demonstra que o projeto esportivo vendido aos jogadores para que eles permanecessem no clube não foi em vão. Eles terão a oportunidade de fazerem seus nomes brilharem em uma grande equipe africana ao invés de partirem ainda jovens para um pequeno clube europeu.
O craque do time é o congolês Trésor Mputo, todavia não participou da Copa por estar suspenso por um ano pela FIFA. Motivo: agrediu um arbitro. Na sua ausência, Given Singuluma da Zâmbia ou o congolês Kaluyituka Dioko, autor do segundo gol contra o Internacional , assumem a responsabilidade de conduzir o time à vitória.
O meia direita Narcisse Ekanga dos Camarões, o capitão Pamphile Mihayo ou o goleiro Kidiaba (34 anos) são os outros pilares do TP Mazembe.
Este último, que fez o jogo de sua vida contra os brasileiros, ficou também conhecido por causa de suas comemorações bem originais.
O treinador Lamine Ndiaye chegou em setembro e conseguiu arrumar a defesa que era o ponto fraco da equipe. O Senegalês está obviamente feliz pelo sucesso de seu projeto 100% africano. “Temos um cérebro, dois braços e duas pernas como todo mundo, afirmou o técnico. O futebol africano progrediu muito. Estamos no bom caminho e teremos resultados importantes em um futuro próximo”.
Já no sábado que vem, (hoje), ele poderá entrar no hall dos vencedores da Copa do Mundo da FIFA ao lado de Barcelona, Manchester United e São Paulo FC.

http://blogdobirner.virgula.uol.com.br/2010/12/18/do-le-monde-mazembe-e-o-orgulho-do-futebol-africano/

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